A relevância do relacionamento interpessoal frente a magia do celular Por José Antonio Kairalla Caraccio

Em um desses finais de semana ensolarados eu estava fazendo uma grande caminhada no parque. Haviam muitas pessoas desfilando com seus cães, de todos os portes imagináveis e era inevitável perceber que quando os cães se encontravam, porque vinham em sentido contrário, sempre paravam, interagiam de alguma forma e jamais se ignoravam. Uns eram mais festivos e outros mais discretos, mas cada um a seu jeito, saudavam-se uns aos outros. Esse comportamento, de dar atenção, perceber e valorizar a presença do outro, me despertou de imediato uma reflexão muito forte. Venho me esforçando a cada dia para o aperfeiçoamento do meu relacionamento interpessoal, ficando atento para atitudes ligadas a cordialidade, comunicação adequada, o olho no olho, empatia, ao respeito as individualidades e as diferenças de toda ordem, saber ouvir, sorrir e oferece energias positivas, além de praticar a gratidão. Em minha caminhada pelo parque, comecei a lembrar de algumas experiências vividas, onde o celular era o foco e o olhar principal do indivíduo. Em um restaurante, quando um gerente comercial de uma grande empresa, não conseguia se desprender de sua equipe (via celular) para dar algumas garfadas e conversar comigo, porque era fim de mês, tinha metas a cumprir etc. Havíamos combinado de almoçarmos juntos inclusive, por insistência dele. Na academia, alguns frequentadores parecem zumbis, caminhando e olhando no celular, falando sozinho, rindo ou com expressão de espanto e sequer olhando de lado ou de frente, como se estivesse em um ambiente vazio de pessoas. Em uma de minhas visitas a uma empresa, quando aguardava na recepção para ser chamado, observava que o comportamento das pessoas se repetia no sentido do isolamento, cuja única companhia ali presente era o celular. Ninguém conversava com ninguém, o que a meu modo de ver é um erro, porque em um ambiente profissional muitas informações importantes podem ser obtidas na recepção, situações essas que já vivenciei diversas vezes. Vou dar mais alguns exemplos, estava outro dia em um “happy hour”, com pessoas de meu relacionamento e outros convidados. Estava muito feliz por rever amigos, saber das novidades, trocar informações, dicas etc. Nas rodas de conversas, fiquei surpreso com alguns deles, que não conseguiam ouvir uma história até o fim, porque o celular interrompia e acabavam sempre optando em atende-lo. Fico também indignado quando vejo pessoas, na área de alimentação dos shoppings, de cabeça baixa todo tempo, ao celular, casais juntos, não se olham e ignoram a presença um do outro. Pergunto, a relevância do relacionamento interpessoal perdeu espaço ou a magia do celular substituiu o prazer de conhecer, conversar, sentir, olhar, entender, satisfazer, dar atenção, respeitar e valorizar o outro, não aquele que está longe, mas alguém que está a sua frente se importando e querendo muito sua atenção, na mesma intensidade que dedica ao seu celular. Seu celular está ali, disponível para quando você quiser, mas para esse alguém próximo a você agora, talvez tenha apenas esse momento magico único. Transfira então todos os seus sentidos para essa pessoa ou para esse ambiente e com certeza não se arrependera de tornar-se mais humano e lembrar que o celular, com toda sua inegável utilidade, é apenas um equipamento e uma ferramenta. Boa sorte e um abraço! José Antonio Kairalla Caraccio é administrador, Diretor da Kairalla Associados Consultoria e Treinamento. Especialista em Dicas (Diagnostico Inteligente de Causas no Atendimento a Clientes e Vendas) Empresariais e Varejo desde 2001 – kairalla@kairallatreinamento.com.brwww.kairallatreinamento.com.br

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